quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


Estou sentada aqui.

Estou a sentir-me perdida...

Neste momento não consigo continuar, só me apetece chorar. Há dentro de mim uma solidão que não quero ter, que não quero sentir e que não entendo porque a tenho. Nada me faz rir, mas rir á gargalhada, só sorrir levemente, de forma amarelada, sociável; porque todos querem que eu sorria. Mas falta-me a vontade, sinto-me esmorecida como uma árvore de Outono que sente cair a sua folha e nada pode fazer, que se lembra com saudades da bonita flor e do saboroso fruto que já deu e vê atormentada o futuro despido, nu, vazio do seu ser – assim me sinto eu.

Cheiraram minha flor, colheram meu fruto, ainda aproveitam minhas folhas secas para fazer bonitos quadros e irão cortar meus troncos para se aquecerem. Porque de mim só tiram, só esperam, só desejam, só agridem, só exigem e pouco ou nada dão, convencidos de que é o suficiente, de que eu sou alegre, divertida, airosa, simpática e que nada me faz falta e que eu me contento com pouco!

Pois agora exijo e demando aos outros, pois vou fechar minha flor, secar meu fruto, guardar minhas folhas, arrancar minhas raízes e mudá-las para longe.

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