Tenho
inveja das pedras da calçada que estão agora enfeitadas pela bonita cor de
pétalas aveludadas. E a chuva virá e o vento soprará e com eles irão as pétalas. Mas por
muita chuva, vento ou tempestade que venham, tu não irás porque eu te darei
abrigo, debaixo do meu chapéu de chuva.
Apanhaste todas as flores que encontras-te,
mas deixaste-as cair pelo caminho, agora estás aqui à minha frente de mãos a
abanar.
Seguro
essa tuas mãos com as minhas, beijo-as suavemente, roço o meu rosto na sua
palma, como gata pedindo carinho e atenção. Olho-as e venero-as, beijo-as
novamente e desenho nelas um coração, o meu coração que é teu.
Apanhaste
todas as flores que encontraste mas deixaste-as cair pelo caminho, agora estás
aqui à minha frente de mãos a abanar.
Olho
nos teus olhos meigos, leio nos teus lábios uma desculpa. Toco-te suavemente
com os meus dedos na boca, puxo-te pelo pescoço fazendo-te deitar no meu colo,
afago-te o cabelo, abraço-te profundamente. Quero que sintas o conforto do meu
calor que te protegerá do vento feroz que te levou as rosas, e que te acolherá
sempre, mesmo que chegues de mãos a abanar.
Apanhaste
todas as flores que encontraste mas deixaste-as cair pelo caminho, agora estás
aqui à minha frente de mãos a abanar!
Reparo
numa pétala que ficou no teu casaco, recolho-a com cuidado, abro os três botões
cimeiros da minha blusa e guardo-a no meu peito, para que fique resguardada no
calor do meu coração ateado por ti.
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